"Os meus livros (que não sabem que existo) São uma parte de mim, como este rosto De têmporas e olhos já cinzentos Que em vão vou procurando nos espelhos" Jorge Luis Borges
quinta-feira, 12 de maio de 2011
Shirley Jackson
"A influência maligna sobre a aldeia nunca foi causada pelos Blackwood; os aldeões pertenciam ali e a aldeia era o único lugar adequado para eles.
Eu pensava sempre em podridão quando me aproximava da fila de lojas; pensava numa podridão negra dolorosamente ardente que comia as coisas a partir do seu interior, magoando-as terrivelmente. Desejei aquilo para a aldeia.
Tinha uma lista de artigos a comprar na mercearia; Constance fazia-ma todas as terças e sextas-feiras, antes de eu sair de casa. As pessoas da aldeia não gostavam do facto de termos sempre muito dinheiro para pagarmos tudo aquilo que quiséssemos; claro que tínhamos tirado o nosso dinheiro do banco, e eu sabia que falavam do dinheiro escondido em nossa casa, como se fossem grandes pilas de moedas de ouro(...) Quando eu tirava a minha lista de compras do saco também tirava a carteira, de modo que o Elbert da mercearia soubesse que eu trouxera dinheiro e não pudesse recusar-se a vender-me nada."
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