"Os meus livros (que não sabem que existo) São uma parte de mim, como este rosto De têmporas e olhos já cinzentos Que em vão vou procurando nos espelhos" Jorge Luis Borges
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Knut Hamsun
"E à medida que o tempo passava, ia ficando cada vez mais oco, tanto espiritualmente como fisicamente, de dia para dia, ia condescendendo com acções cada vez menos honestas. Avançava com mentiras sem me embaraçar, enganava gente pobre com om pagamento da renda, tinha até de lutar contra os pensamentos mais vis, de apoderar-me de edredões das outras pessoas, tudo isso sem qualquer arrependimento, sem má consciência. No meu íntimo, tinham começado a aparecer manchas de putrefacção, negros fungos que iam alastrando mais e mais. E Deus, sentado lá no céu, mantinha os olhos postos em mim e fazia com que a minha perdição avançasse mais e mais, de acordo com as regras do jogo, lenta mas irreversivelmente, sem interrupções. Entretanto, nos abismos do Inferno, os diabos andavam furiosos e impacientavam-se que eu demorasse tanto tempo a cometer um pecado imperdoável, pelo qual Deus, na sua infinita justiça, teria de fazer-me cair lá..."
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