"Os meus livros (que não sabem que existo) São uma parte de mim, como este rosto De têmporas e olhos já cinzentos Que em vão vou procurando nos espelhos" Jorge Luis Borges
terça-feira, 3 de maio de 2011
Melville
"Uma vez mais fiquei sentado a magicar no que deveria fazer. Mortificado como estava com o seu comportamento, e decidido a despedi-lo como vinha quando entrara no escritório, apesar disso senti estranhamente qualquer coisa de supersticioso a bater-me no coração, proibindo-me de levar avante o meu propósito, e acusando-me de ser um patife se me atrevesse a proferir uma só palavra dura contra este homem, o mais abandonado de todos. Por fim arrastando familiarmente a minha cadeira para o interior do biombo, sentei-me e disse-lhe: - Bartleby, deixe, não se preocupe em revelar-me a sua história; mas, como amigo, peço-lhe que obedeça até onde lhe for possível aos usos desta casa. Por exemplo, prometa-me que ajudará a conferir documentos, amanhã ou no dia seguinte; em resumo, garanta-me que dentro de um dia ou dois começará a ser um pouco razoável - diga Bartleby.
- De momento preferia não ser um pouco razoável - foi a sua calma e débil resposta."
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