"Os meus livros (que não sabem que existo) São uma parte de mim, como este rosto De têmporas e olhos já cinzentos Que em vão vou procurando nos espelhos" Jorge Luis Borges
segunda-feira, 9 de maio de 2011
István Orkény
Balada Sobre o Poder da Poesia
"Na grande avenida havia uma cabine telefónica. A sua porta abria-se e fechava-se continuamente. As pessoas conversavam sobre os seu afazeres, ligavam para a agência de alojamentos, combinavam um encontro, pediam dinheiro emprestado aos seus amigos ou torturavam os namorados (ou as namoradas) com os seus ciúmes. Uma senhora idosa, depois de ter pousado o auscultador, encostou-se à cabine e chorou. Mas um caso como este raramente acontecia.
Numa radiosa tarde de Verão, o poeta entrou na cabina. Ligou para um redactor e disse-lhe assim:
- Já tenho as últimas quatro linhas!
E leu um pedaço de papel sujo com quatro linhas.
- Ai! São tão deprimentes! - disse o redactor. - Reescreve mais uma vez, mas muito mais alegres."
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