quinta-feira, 8 de setembro de 2011

João Ricardo Lopes (2)


pelas frinchas da garagem
entram os dedos da lua

depois é um eco de velhas sucatas
adormecidas, cablagens e
candeeiros a petróleo, caixas de
sapatos e bonecos de caco
coisas ao calhas, despejadas pelo
tempo na superfície da pele

sem nome é o cheiro do
silêncio, como o rosto que nos
pertencia e hoje não passa de
gelo, talhado a esmo
nas frestas da memória

minguante a lua. como
escapar-lhe, pergunto, neste
derruir de latas?



"roubado" aqui

Sem comentários:

Enviar um comentário