"Dizes-me que escrever é sempre um desejo de eternidade.
A velocidade da tua certeza, esse sempre manejado como
pluma, fazem-me sorrir (só os jovens, de facto, podem
ser deuses, têm de morrer depois para prosseguir).
Ainda assim respondo-te: talvez, mas não é assim que
o sinto. Escrever é para mim um desejo de viver mais
agora. Uma fúria, uma fome, um fósforo, uma gasolina.
Quanto à eternidade, temos as contas acertadas: nada
me deve, nem eu a ela. Quites, como se diz."
Jorge Roque
*Telhados de Vidro nº13 da (fabulosa) Averno
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