A matéria das palavras
É a hora do infinito desacerto-acerto.
O vulto da nossa singularidade viaja por palavras
matéria insensível de um poder esquivo.
Confissões discordantes pavimentam a nossa hesitação.
Há uma embriaguês de luto em nossos actos-chaves.
Aspiramos à alta liberdade
um bem sempre suspenso que nos crucifica.
Cheios de ávidas esperanças sobrevoamos
e depois mergulhamos nessa outra esfera imaginária.
Com arriscada atenção aspiramos à ditosa notícia de uma
perfeição
especialista em fracassos.
Estrangeiros sempre
agudamente colhemos os frutos discordantes."
in O Pavão Negro, Assírio & Alvim
"ofereces ainda a doçura de teus frutos
ResponderEliminara sombra de tuas folhas
a firmeza do teu apego à terra"
"Diante deste lago
ResponderEliminartão vasto que parece um mar
oiço o leve ruído das suas pequeninas ondas
estirando-se na areia.
Um lago é uma água prisioneira:
só o mar atira para fora
para longe
Mas também o mar está preso à terra."