quarta-feira, 20 de julho de 2011

João Luís Barreto Guimarães


21 de Dezembro


"Abro o caderno e escrevo que estou a escrever no caderno.
Por vezes a escrita dói, a tinta escorre e faz-se sangue, haver duas palavras amigas a pairar sobre o poema e ao soar da caneta só uma poder ter lugar.
Um rosto molhado aparece acenando pelo lado da chuva. 
Gesticula a pergunta se me encontro a escrever. Sorriu, aquiescendo. Deixa ficar um adeus e avança sobre os charcos, sem se ter apercebido que fiquei a escrever sobre isso, sobre aquele gesto dele, no fundo a escrever sobre ele. 
Não tivesse tocado no vidro não teria tocado no poema."

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