terça-feira, 20 de setembro de 2011

Tiago Araújo


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"as mãos frias, as névoas retidas na voz. escrevo no vidro embaciado para um pátio reflexo e a claridade atravessa as frases provisórias. durante o dia para dentro, de noite para o exterior, com uma respiração de vitrais. o sentido está na postura corporal, na actividade nocturna, mais do que nas próprias palavras: está a ficar tarde. a descrição dos climas, as estações passadas, já não são suficientes para justificar os dias. entre o quarto e o escritório caminho entre dois tempos, ambos perdidos, e procuro uma saída desta casa em chamas. foi com esta disposição que me encontraste, um rapaz perdido, com o hábito de se enrolar sobre si próprio, à espera junto à porta fechada."

* Da (fabulosa) Averno

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