"Os meus livros (que não sabem que existo) São uma parte de mim, como este rosto De têmporas e olhos já cinzentos Que em vão vou procurando nos espelhos" Jorge Luis Borges
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Albert Camus (2)
"Nunca tive necessidade de aprender a viver. Nesse ponto, já tudo eu sabia ao nascer. Há pessoas cujo problema consiste em resguardarem-se dos homens ou, pelo menos, acomodarem-se a eles. Quanto a mim a acomodação estava feita. Familiar quando era preciso, silencioso se necessário, capaz de desenvoltura como de gravidade, estava sempre ao nível. Era por isso grande a minha popularidade, e os meus êxitos na sociedade nem se contavam. Tinha boa figura, revelava-me simultaneamente bailarino infatigável e discreto erudito, chegava a amar ao mesmo tempo, o que não é nada fácil, as mulheres e a justiça, dedicava-me aos desportos e às belas artes, enfim, não digo mais, não vá suspeitar que me envaideço. Mas imagine, peço-lhe, um homem na força da idade, de perfeita saúde, generosamente dotado, hábil nos exercícios do corpo como nos do intelecto, nem pobre nem rico, de sono fácil e profundamente satisfeito consigo mesmo, sem que o mostrasse, a não ser por uma feliz sociabilidade. Admitirá, pois, que eu possa falar com verdadeira modéstia de uma vida em pleno êxito."
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Olá, Marta!
ResponderEliminarEste é um dos meus livros de estimação. Camus, que sempre amei e admirei como romancista, tem sido também uma referência na filosofia! Belíssimo livro...
Olá! É mesmo um belo livro... Obrigada :)
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