"Lá longe, dois falcões planavam por cima do fumo amarelo que se elevava em espiral da chaminé da cozinha de Landing. Devia ser a Zoo a fazer o jantar, pensou ele, parando na berma da estrada a calcar uma colónia de formigas que comiam uma rã morta. Estava farto da comida de Zoo; era sempre a mesma coisa, acelgas, inhames, grão-de-bico, pão de milho. Naquele momento só lhe apetecia encontrar o Homem de Neve. Todas as tardes, em Nova Orleães, o Homem de Neve aparecia a empurrar a sua carripana deliciosa, a tocar a sineta deliciosa e, por umas moedinhas, comprava-se um cone de gelo perfumado com uma dúzia de aromas: cereja, chocolate, uva, amora, tudo misturado como um arco-íris.
As formigas fugiam como faúlhas e, pensado em Idabel, Joel começou a saltaricar, esmagando-as com o pé, mas aquela dança malévola não conseguiu diminuir a dor do insulto. Espera! Espera até ele ser Governador, havia de pôr a polícia no seu encalço, havia de a mandar para um calabouço com um pequeno alçapão no tecto por onde ele poderia espreitar e rir-se dela."
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