"Os meus livros (que não sabem que existo) São uma parte de mim, como este rosto De têmporas e olhos já cinzentos Que em vão vou procurando nos espelhos" Jorge Luis Borges
domingo, 24 de julho de 2011
Albert Camus
"A princípio, as pessoas tinham aceitado estarem isoladas do exterior, como teriam aceitado qualquer outro inconveniente temporário que apenas perturbasse alguns dos seus hábitos. Mas, subitamente conscientes de uma espécie de sequestro, sob a tampa do céu onde o verão começava a crepitar, sentiam confusamente que esta reclusão lhes ameaçava toda a vida e, chegada a noite, a energia que eles recuperavam com a frescura lançava-os, por vezes, em actos de desespero.
Em primeiro lugar, e quer seja ou não efeito de uma coincidência, foi a partir desse domingo que houve na nossa cidade uma espécie de medo, bastante geral e bastante profundo, para que se pudesse suspeitar de que os nossos concidadãos começavam verdadeiramente a tomar consciência da sua situação. Sob este ponto de vista, a atmosfera da nossa cidade modificou-se um pouco. A questão, porém, é saber se, na verdade, a modificação estava na atmosfera ou nos corações."
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