"Acendi a lareira no quartinho vermelho e deixei abertas as portas do andar de baixo. Transferi um monte de lenha para o quarto interior, onde espero que venha a secar. Começo a habituar-me ao cheiro a fumo que invade agora toda a casa.
Parou de chover e o sol brilha, mas sobre a maior parte do mar o céu mostra uma densa cor de chumbo. As rochas douradas, batidas pelo sol, destacam-se contra esse fundo negro. Que paraíso nunca me cansarei deste céu nem deste mar. Se conseguisse transportar uma mesa e uma cadeira pelas pedras até à torre, poderia escrever lá, com vista para a baía do Corvo. Tenho de ir agora examinar as minhas poças de água nos rochedos, enquanto dura esta luz intensa."
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